Por aqui o cavalo vai sem meta
Todo em chamas a vagar na pradaria
E me lembro do outro, o do poeta
Lima que seu livro incrível lia.
E hesitamos, eu, Rodo e Galdério
Em segui-lo à distância pela noite
Pois seu rastro deixado como açoite
É como aquela luz de cemitério,
De santelmo, como dizem marinheiros
E o gaucho que se esvai em pleno pampa
O avista nos momentos derradeiros
Quando segurando o ventre rubro,
E da coxilha a galgar última rampa
Segue o íncubo cavalo que descubro...
(sem data)
quinta-feira, 18 de junho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Memórias farroupilhas (de Alma Welt)
Pelas trilhas em volta do sobrado
Que se eleva sobranceiro na planície,
A fachada como a face de um barbado,
Com sua decantada esquisitice,
Recoberta pela hera e não grisalha
Conquanto mais vetusta que a do Vati,
E que sobe a parede até a calha
Com sua textura cor de mate,
Eu perambulo nos dias e nas noites
Procurando senhas e vestígios
Dos antigos farrapos e prodígios
Que me são anunciados por murmúrios,
Gemidos de cilícios, seus açoites,
Os vôos da memória e seus augúrios...
17/11/2006
Que se eleva sobranceiro na planície,
A fachada como a face de um barbado,
Com sua decantada esquisitice,
Recoberta pela hera e não grisalha
Conquanto mais vetusta que a do Vati,
E que sobe a parede até a calha
Com sua textura cor de mate,
Eu perambulo nos dias e nas noites
Procurando senhas e vestígios
Dos antigos farrapos e prodígios
Que me são anunciados por murmúrios,
Gemidos de cilícios, seus açoites,
Os vôos da memória e seus augúrios...
17/11/2006
O haragano e o minuano (de Alma Welt)
O haragano é uma força deste prado,
Irrupção vital e alegre vento
Como fora verão, sem o tormento
Do nosso minuano, o outro lado
Do pampa quando mostra seu semblante,
Gélida, implacável e feia cara...
É então que ess’ outra face nos prepara
Para o longo inverno, duro amante.
E então acolhemos o monarca
E não o usurpador, embora feio,
Com nossos grossos palas e o mateio.
Mas, bah! quando ao açoite a nave geme,
No salão deste sobrado e minha arca
Lanço versos qual se ainda houvesse leme.
09/04/2004
Irrupção vital e alegre vento
Como fora verão, sem o tormento
Do nosso minuano, o outro lado
Do pampa quando mostra seu semblante,
Gélida, implacável e feia cara...
É então que ess’ outra face nos prepara
Para o longo inverno, duro amante.
E então acolhemos o monarca
E não o usurpador, embora feio,
Com nossos grossos palas e o mateio.
Mas, bah! quando ao açoite a nave geme,
No salão deste sobrado e minha arca
Lanço versos qual se ainda houvesse leme.
09/04/2004
Pássaros migrantes (de Alma Welt)
Pássaros migrantes do meu sonho!
Eu os avisto a voar em formação
A caminho do Norte e sua canção
Que conheço só do que disponho
De livros e poemas nas estantes
Desde que era a guria tão curiosa
Projetando vagar mundos distantes
Talvez como escritora já famosa...
Me alce, ó bando, e leve com você
Nesse vôo lindo em esquadrilha
Com formato sugestivo de um “V”
Do qual não almejo a liderança,
E humilde seguirei à maravilha
O sonho de que a Alma não se cansa...
(sem data)
Eu os avisto a voar em formação
A caminho do Norte e sua canção
Que conheço só do que disponho
De livros e poemas nas estantes
Desde que era a guria tão curiosa
Projetando vagar mundos distantes
Talvez como escritora já famosa...
Me alce, ó bando, e leve com você
Nesse vôo lindo em esquadrilha
Com formato sugestivo de um “V”
Do qual não almejo a liderança,
E humilde seguirei à maravilha
O sonho de que a Alma não se cansa...
(sem data)
Assinar:
Postagens (Atom)